Você conhece os tipos de farinha de trigo? Veja as terminologias e saiba qual escolher em suas receitas!

O trigo é um dos ingredientes mais presentes na mesa dos brasileiros. Seja no formato de pães, massas, pizzas ou bolos, ele está lá. O Brasil consumiu cerca de 12.700 Megatoneladas (Mt) em 2020, de acordo com um levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo).

Porém, apesar de bastante consumido entre os brasileiros, o que muita gente não sabe é identificar o tipo de farinha, sua qualidade e as principais indicações para uso de cada uma. Para te ajudar, separamos várias informações para você entender melhor do assunto e saber qual usar em cada situação.

Identificando a farinha ideal para sua receita

Para selecionar a farinha de trigo ideal, existem diversas terminologias, as quais classificam a utilidade dela, entre outras características. No entanto, essas classificações variam de acordo com o país em que você está.

Por exemplo, as adotadas no Brasil não são as mesmas da Argentina, da Itália nem dos Estados Unidos. Neste artigo, vamos falar sobre as terminologias brasileiras e argentinas.

Mas, antes de falarmos diretamente dessas terminologias, vamos descrever dois conceitos importantes para o assunto:

Valor ou Força W e Análise de Cinzas

A Força W, também conhecida como força do glúten, está relacionada à capacidade do glúten de suportar o trabalho mecânico para fazer o pão e à quantidade de proteínas presentes na farinha de trigo. 

Uma farinha forte tem uma absorção hídrica maior, permite massas mais hidratadas, mais resistentes e que tendem a crescer mais. A nossa Farinha Venturelli, por exemplo, atinge números entre 300 a 350 neste índice, que é considerado um valor de uma farinha forte.

A Análise de Cinzas, por sua vez, indica a quantidade de minerais presentes no grão de trigo, principalmente ferro, fósforo, magnésio, potássio e sódio. Como no grão de trigo os minerais se concentram mais na casca, quanto maior a quantidade de partículas de farelo na farinha, maior o teor resultante de cinzas.

É importante salientar que ambas fazem parte dos fatores que determinam a qualidade da farinha de trigo complementar para suas diversas aplicações.

A força da farinha (W) é obtida pela relação de extensibilidade (L) e Tenacidade (P) da massa, através da Análise de Alveografia. Essa relação está intrinsecamente ligada à qualidade das proteínas presentes no grão de trigo, principalmente das formadoras do glúten.

Principais dados obtidos através da análise: força de glúten (W), tenacidade (P), extensibilidade (L) .

Terminologias brasileiras

No Brasil, a classificação é feita pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que considera três tipos de farinhas de trigo: a Tipo 1, a Tipo 2 e a Integral.

Quanto menor o teor de cinzas – por ter menos presença de partículas casca (farelo) – mais clara será a farinha de trigo e vice versa. Na prática, para a indústria de massas, o teor de cinzas deve ser baixo. Pois, na indústria de massas, por exemplo, este parâmetro é essencial para obter um produto desejável pelo cliente no momento da compra da massa.

Terminologias argentinas

Em nosso país vizinho, por sua vez, as terminologias são completamente diferentes. Lá, a classificação é feita a partir da quantidade de zeros, os quais correspondem aos tipos de peneiras utilizados durante a moagem/peneiragem.

O grão passa por diversos estágios de moagem através de cilindros de inox. Esses estágios dizem respeito ao número de repetições na moagem e à proximidade dos cilindros entre si, que vai diminuindo aos poucos.

Depois que passa pelo cilindro, ele recebe uma “esmagadinha” e vai para uma peneira. Uma parte desce pela peneira e a outra, não. Essa parte que não passou vai para o próximo estágio. Portanto, quanto maior o processo de moagem/peneiragem, mais zeros terá o tipo da farinha de trigo.

Veja um resumo:

Esses são valores oficiais do Código Alimentar Argentino, sem arredondamentos. 

Vale dizer que alguns países sul americanos, como Paraguai e Uruguai, também seguem esse padrão. Porém, as terminologias italianas, embora  adotem o zero do mesmo modo, são completamente distintas das argentinas. 

Na Itália, por exemplo, a Farinha de Trigo Tipo 00 é equivalente à farinha mais pura e refinada, com teor de cinzas mais baixo, semelhante à farinha Tipo 0000 da Argentina e à Puríssima Farinha Famiglia Venturelli e Famiglia Venturelli Gourmet. 

Farinhas Moinho Globo

Nós, do Moinho Globo, temos uma grande variedade de farinhas de trigo para as mais diversas utilidades. Todas com aquele alto padrão de qualidade que você já conhece, comprovado pela nossa conquista da certificação internacional FSSC 22.000 (Food Safety System Certification). 

Ela representa um conjunto de normas aprovado pelo GFSI (Global Food Safety Initiative), grupo voltado especificamente para a gestão da segurança dos alimentos, garantindo a segurança e qualidade de nossos produtos.

As nossas farinhas Famiglia Venturelli Gourmet e Puríssima atendem à coloração da farinha do tipo 0000 da Argentina e tipo 00 da Itália. 

Em relação ao Teor das Cinzas, as farinhas da Famiglia Venturelli e as farinhas argentinas têm valores muito próximos. As nossas têm entre 0,40% e 0,45%, e as argentinas, em torno de 0,49%.

• Confira nosso Guia de Qualidade da Farinha!

Tipos de Farinhas de Trigo Importadas da Argentina

A classificação argentina é baseada em uma sequência de zeros. Cada uma delas tem uma porcentagem máxima de teor de cinzas (sais minerais obtidos no processo de queima). Veja também a recomendação para cada tipo de farinha de trigo:

 Farinha tipo 0000

Teor máximo de cinzas de 0,493%. Farinha de trigo multiuso (Venturelli 1Kg e 5Kg, Venturelli Gourmet 1kg e 5kg, Venturelli Panificação 25kg, Superiore 25Kg).

Farinha tipo 000 

Teor máximo de cinzas de 0,650%. Farinha de trigo multiuso (Venturelli Panificação 25kg, Globo Superiore 25kg, Globo Ouro 25kg). 

Farinha tipo 00

Teor de cinzas 0,678. Biscoitos mais claros, recomendado para crackers e água e sal. 

Farinha tipo 0

Teor de cinzas de 0,873. Biscoitos mais escuros, recomendados para recheados em geral.

Tipos de Farinhas de Trigo Importadas da Itália

A classificação italiana também é numérica. No entanto, a farinha tipo 00 italiana não tem relação com a tipo 00 argentina, e assim por diante. Além disso, costuma-se usar o termo “grano tenero” para a farinha branca comum e os termos “sêmola” ou “grano duro” para a farinha de semolina.

Farina tipo 00

Teor máximo de cinzas de 0,55%. Indicada para confeitaria e massa fresca.

Farina tipo 0

Teor máximo de cinzas de 0,65%. Farinha para pães e pizzas.

Farina tipo 1

Teor máximo de cinzas de 0,80%. Para pães artesanais e rústicos.

Farina tipo 2

Teor máximo de cinzas de 0,95%.

Farina integrale

Teor máximo de cinzas de 1,70%. Para preparação de pães e massas integrais.

Tipos de Farinhas Nacionais

A classificação brasileira comporta apenas três tipos de farinhas de trigo. Confira abaixo.

Farinha tipo 1

Teor máximo de cinzas de 0,8%. Farinha indicada para panificação, massas e uso geral.

Exemplos: Farinha de Trigo Globo Original, Farinha de Trigo Venturelli Puríssima, Farinha de Trigo Venturelli Gourmet; Farinha de Trigo Venturelli Panificação; Farinha de Trigo para Pastel Famiglia Venturelli e Farinha de Trigo para Pizza Famiglia Venturelli.

Farinha tipo 2

Teor máximo de cinzas de 1,4%. Geralmente é a farinha utilizada na indústria alimentícia.

Farinha integral

Teor máximo de cinzas de 2,5%. Para a preparação de alimentos integrais.

Exemplos: Farinha de Trigo Venturelli Integral – Industrial e Farinha de Trigo Venturelli Integral.

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